PAS032. O Pianista Cego
Uma jovem loira, esbelta e muito bonita, agora intensamente pálida, apareceu à porta do fundo, acercando-se da plataforma. Ao ver o sangue, um gemido saiu da sua boca. - Cobardes! – disse, olhando Archer e os outros com os olhos brilhantes. O cego atacou então os compassos de uma música popular. O obeso taberneiro fazia sinais desesperados à rapariga, e esta, compreendendo a sua advertência, procurou dominar-se. Bem contra vontade conseguiu esboçar um leve sorriso e balouçando-se como fazem as bailarinas de «cabaret», quando querem atrair um cliente, avançou até onde estava Kenton e os seus apaniguados. Este sorriu largamente ao ver a jovem, olhando-a de maneira provocante. - Já era tempo de apareceres, Fay, disse fazendo uma cómica e exagerada reverência. – Bem, vais dançar comigo. - Eh! Eh! – interpôs-se Archer, aproximando-se rápido - . Eu é que a fui buscar, portanto a primeira dança é para mim. Vem, Fay! E, sem esperar o consentimento da jovem, nem preocupar-se se aquilo agradava