PAS488. Um tiro na noite escura
— Não sejas criança — sorriu-se Farley. — Eu próprio me sentirei mais tranquilo sabendo-te em lugar seguro. — É verdade tudo isso que me dizes? — perguntou ela levantando para ele o rosto. — Nunca falei tanto a sério. Creio que seria muito penoso para mim separar-me de ti — murmurou. — Temos passado momentos difíceis e jamais poderei abandonar-te. Margarida permaneceu uns instantes silenciosa. — Importas-te se te perguntar uma coisa? — inquiriu em tom travesso. — Nunca poderás incomodar-me. — Neste caso... Existe alguma mulher na tua vida? — Nenhuma — respondeu Farley, sem titubear. Então, num repentino impulso, Margarida deitou-lhe os braços ao pescoço. — Oh! Donald! =exclamou. — Que feliz me torna saber que posso ser a primeira! Farley ficou imóvel, surpreendido com a repentina reação da rapariga. Mas esta aproximava já o seu rosto e oferecia-lhe os lábios com tão cândida sugestão, que Farley não foi capaz de resistir a provar a doçura do beijo, que estremecia como a gota de orvalho