Não soube quanto tempo se manteve prostrado, mas pareceu-lhe ouvir pessoas andarem à, sua volta. Foi-as distinguido pouco a pouco e encontrou-se no mesmo estado em que se encontrava agora, absolutamente incapaz de sentir, de compreender o que o cercava. Todas as manifestações de vitalidade estavam suspensas, amortecidas. O coração não acelerava as suas pulsações por motivo algum. Ouviu algumas vozes considerá-lo como morto por diversas vezes. E quando, a despeito de tudo isso, conseguiu pôr-se em pé, ele próprio teve a sensação de que se movia como um autómato; que, se praticava actos idênticos aos das outras pessoas, era porque o hábito o levava a isso e não porque a natureza lho impusesse. Não dormia. Apenas se estendia na cama e ficava sem pensar, mas com a consciência nítida do que se passava à sua volta. Passava dias inteiros sem comer fazia-o naturalmente, levado pelo hábito. Supondo-o adormecido, ouviu certa ocasião o médico que o examinara, referir-se ao seu caso. — Não sofre d