PAS240. As horas de contemplação de Debbie Baxter



Era uma rapariga de dezoito anos, alta e elegante como um feixe de vime, com os cabelos cor-de-cobre e os olhos azuis como os lagos alpinos, ativa e sonhadora, bonita e de uma seriedade fora do comum.

Tinha vivido até aos doze anos nas terras baixas e áridas do Oeste do Texas, perto da fronteira com o Novo México. Por isso, esta região rochosa de Sedona parecia-lhe um país encantado. Passava horas inteiras ensimesmada na contemplação dos jogos de luz e sombra que produziam as enormes nuvens grossas, o sol da manhã ou do crepúsculo. E, quando o vento da noite baixava carregado do uivar dos lobos aluados ou esfomeados, de bramidos dos veados, de piar de mochos, e a grande Lua branca do Arizona prateava a paisagem emprestando-lhe uma intensa irrealidade, ela, deslumbrada, colocava-se à janela da sua habitação para sonhar acordada com cavaleiros de olhos de fogo montados em formosos cavalos…

(Coleção Arizona, nº 52)

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