PAS371. O morto voltou para fazer justiça

— Bem, que fazemos agora? -- inquiriu Butler.
O xerife alvitrou:
— Parece-me que vamos procurar Óscar e obrigá-lo a dizer de quem suspeita que tenha sido o assassino desta morte.
— Sim — murmurou o juiz — é bom que o façamos, antes que comecemos a olhar uns para os outros com rancor.
O trio encaminhou-se para a estação. A poucos metros de distância, verificaram que a porta que comunicava com a casa do telégrafo estava obstruída pelo povo.
— Que teria acontecido? — inquiriu o juiz.
A resposta tiveram-na, quando se aproximaram. Um dos presentes correu para eles e anunciou:
— Óscar Keith foi assassinado!
— Quê?! — MacDonald não queria acreditar naquilo que estava a ouvir.
— Um raio! — murmurou o juiz, enquanto se deixava cair da montada e corria para o interior do edifício.
Mas ao ver o espetáculo macabro e terrorífico que oferecia o corpo destroçado de Óscar, recuou) e acabou por voltar para a rua. E sem prestar atenção aos gritos de Butler e MacDonald, começou a correr pela rua abaixo. No seu espírito brilhava uma ameaça: «Também Oscar, também Oscar... «Frisco» Joe vai-nos matar a todos, todos... O melhor que tenho a fazer é fugir... Tenho de fugir... Um raio para o dinheiro... Um raio tara tudo...» — E o juiz entrou na casa onde morava, completamente desorientado e aterrado. Quando fechava a porta, de relance, viu a carroça dos mortos parada e em cima o corcunda, que o olhava e ria.
— Um raio! — gritou o juiz, tomado repentinamente por um mau presságio..
E tinha razão para isso. Quando abriu a porta dos seus aposentos, viu-se na frente de um homem que o contemplava um sorriso.
— Olá, juiz — disse o homem.
O juiz parou, respirou profundamente, e quase sem saber o que dizia, exclamou:
— Que quer daqui? Quem o autorizou a entrar? Eu...
Mas a sua voz extinguiu-se repentinamente. O homem que o contemplava com um sorriso, acabava de puxar pelo Colt e apresentava-lho com intenção bem definida.
— Está louco? — inquiriu o juiz.
— Não. Suponho que vem de recolher o corpo de Sam e de tomar conhecimento da morte de Óscar. Tenho razão?
— Sim, eu... nós...
— E suponho também que foi tomado pelo pânico e que se dispõe a fugir?
— Sim, suponho que... — O juiz calou-se, convencido de que tinha falado mais do que devia.
— Mas não foge, juiz, porque eu não deixo. Fui eu quem matou Sam e Óscar, e agora estou aqui para o matar.
—Black Man! Black Man! Mas que mal lhe fizemos nós?! Não, não faça uma coisa dessas...
O homem de negro, pois era ele o homem que aguardava o juiz, teve um riso seco e murmurou:
— Juiz... o senhor foi um dos homens que me mataram.

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