PAS375. Sinais de tempestade

Enquanto cruzavam a planície a galope, Stevenson notou que se estava formando uma grande nuvem negra que em breve se estendia por todo o horizonte emprestando ao céu um tom plúmbeo e ameaçador.
Peter ainda pensou avisar Henrietta Henderson da trovoada eminente e aconselhá-la a regressar para se abrigar no acampamento dos vaqueiros. Mas atendendo a que Henrietta também tinha notado a nuvem e apressara ainda mais o cavalo, Peter achou desnecessário dar um conselho que certamente não seria ponderado.
Com efeito, Henrietta observara as grandes nuvens que invadiam o horizonte e pressentiu que a trovoada se desencadearia antes que chegassem ao rancho. Continuou a galopar porque sabia que mais perto do que a distância que a separava de Dixie Creek, existia uma pequena gruta onde ela, quando pequena, se refugiava muitas vezes com seu pai, quando eram surpreendidos por tempestades.
Henrietta desejava chegar ao rancho naquela mesma noite. Fichter talvez desejasse vingar-se da morte do seu pastor e do extermínio do rebanho. O rancho dos Henderson, então desprotegido, seria unia presa fácil para o colérico criador de ovelhas.
Com esta preocupação e receando a trovoada que sempre a impressionara, Henrietta esporeou o cavalo enquanto uma cortina opaca de chuva desabava sobre eles ao mesmo tempo que a luz brilhante dos relâmpagos e o estampido tremendo dos trovões formavam um espetáculo raro de grandiosidade natural.
Quando o primeiro, trovão estalou sobre a cabeça de Henrietta, ela conteve o desenfreado cavalo, permitindo que Peter a alcançasse.
— Porquê tanta pressa?— gritou Stevenson quando chegou junto dela. — De qualquer modo já estamos molhados.
— Aqui próximo há uma gruta! — gritou Henrietta, com voz insegura e pouco audível devido ao estampido ininterrupto dos trovões.
Peter moveu a cabeça concordando. Nesse instante começaram a cair grandes punhados de granizo. Nenhum deles envergava qualquer proteção, pois esta lhes parecera desnecessária tal o dia se mostrara radioso e ameno. Em breves instantes, enquanto galopavam celeremente na direção da gruta providencial, a violenta chuva e granizo tombou na sua amplitude máxima, mal permitindo que eles descortinassem dois ou três metros à frente.
Quando alcançaram a entrada da gruta e se desmontaram, tanto Stevenson como Henrietta tinham a camisa completamente empapada e colada ao corpo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PAS743. A história do homem que matou o melhor amigo

HBD013. Aventuras de Kit Carson publicadas em Portugal