PAS376. O charme discreto de uma camisa molhada
Henrietta penetrou correndo na gruta, enquanto Peter tomava os assustados cavalos e os encaminhava para um recanto a fim de os proteger. Os dois olharam-se, ofegantes, enquanto uma cortina de chuva estendendo-se na boca da gruta impedia qualquer visão para o exterior.
— Bom — disse Stevenson, despindo a camisa — faço votos para que dure pouco tempo.
Henrietta adivinhou que ele observava o seu busto, que se revelava abertamente modelado sob a blusa molhada e corou violentamente.
Profundamente perturbada e assustada, Henrietta voltou as costas a Stevenson, aproximando-se da entrada da gruta.
De repente, brilhou o fulgor ofuscante de relâmpago que tinha tombado sobre uma árvore próxima, e Henrietta proferindo um grito de horror, fugiu precipitadamente para o interior da gruta, indo cair nos braços de Peter.
Henrietta, que sentia um pavor tremendo e irrefletido ante as tempestades, colou-se a Peter ocultando o seu rosto no largo e vigoroso peito do rapaz.
Peter sentiu-se estremecer através da roupa molhada e uma envolvente sensação de vertigens arrebatou-o, provocando-lhe um bater descompassado do coração.
O cheiro do enxofre produzido pelo relâmpago infiltrou-se na própria gruta. Imediatamente, o terror instintivo e sobrenatural sentido por Henrietta, converteu-se num medo físico, mais imediato e quase tão violento como o trovão que rugia e o relâmpago que cortava a atmosfera rarefeita. Foi o temor e talvez também a ancestral chamada do seu sexo que a impeliu a buscar proteção e abrigo no contacto físico do rapaz.
Henrietta reparou que ele a conservava fortemente apertada nos braços, ao sentir uma opressiva sensação de asfixia sobre o peito. E no seu repentino despertar à realidade, notou que os seus próprios braços envolviam o pescoço de Peter Stevenson. Então, separou-se dele com brusquidão, empurrando-o energicamente. Peter Stevenson largou-a e as suas estranhas pupilas verdes brilharam na quase completa penumbra que invadia a gruta.
— O raio... assustou-me—balbuciou Henrietta. E apertou as húmidas e frias mãos nervosamente.
— Parece mentira que uma rapariga coma você tenha medo das trovoadas — pronunciou Peter lentamente.
— Sim... tenho. Não posso conter-me. É superior às minhas forças — balbuciou Henrietta.
Seguiu-se uma longa e silenciosa pausa. No interior da gruta, pequenos fios de água escorriam por entre os interstícios das rochas. Um trovão rebentou no espaço e o fulgor do relâmpago iluminou a caverna. Henrietta, receosa, procurou a proteção das paredes da gruta. Peter percebeu pelo tremer de Henrietta, que esta devia estar sofrendo com o frio.
— Tem frio?
— Sim.
Peter Stevenson foi junto do seu cavalo, e desapertou a sela onde tinha guardado uma manta.
— Tome. Está um pouco húmida. Abrigue-se. Se encontrássemos lenha...
— Talvez naquele canto... — disse Henrietta envolvendo-se na manta. — Costuma haver. Os vaqueiros costumam aqui vir proteger-se quando são surpreendidos pela tormenta. Eu própria já tenho aqui estado.
Peter Stevenson dirigiu-se para o local indicado e lá encontrou um montículo de lenha seca.
— Magnífico — disse, voltando com uma braçada de lenha. — Talvez não possamos comer; mas lume já temos para nos aquecermos.
Henrietta olhou, angustiada, para a entrada da gruta. A luz cada vez era mais escassa. A noite descia rapidamente. Peter amontoou a lenha no centro da gruta pegou-lhe fogo com um fósforo. Lá fora os trovões continuavam a ribombar e a luz lívida dos relâmpagos iluminava irregularmente a caverna.
Mas quando a fogueira irrompeu dispersando luz e calor e a gruta se encheu de fumo, os dois sentiram o mesmo conforto e alívio que certamente experimentavam os homens primitivos junto do fogo acampamento.
— Talvez seja melhor para si colocar as suas roupas a secar aconselhou Peter.
Henrietta colocou sobre os ombros a manta seca quente que Stevenson tinha estado a secar, envolveu-se nela e sentou-se junto do fogo. Não se atreveu a despir a blusa nem a roupa interior, porque mesmo envolta na manta, tinha a certeza que se envergonharia tanto como se estivesse completamente nua diante dele.
Peter, menos hesitante, tirou a camisa, e assim permaneceu, junto do fogo, com o musculoso e bronzeado peito nu.
Também Henrietta secou a sua blusa, abrindo parte da manta que a envolvia e deixando que o calor lhe penetrasse profundamente no corpo. Quando finalmente a camisa de Peter estava seca e ele a vestiu, já tinha anoitecido por completo.
— Acha... acha que teremos de passar aqui toda a noite? — perguntou Henrietta.
— Depende do tempo. Se a chuva parar brevemente, talvez ainda possamos regressar. Pensei que fosse uma mulher mais corajosa.
Henrietta levantou-se sem replicar e aproximou--se da entrada da gruta. Apesar de a intensidade da chuva ser menor, esta continuava sem dar indícios de parar. Um relâmpago brilhou no espaço e um trovão ribombou fortemente, obrigando-a a regressar apressadamente para junto da fogueira.
— Bom — disse Stevenson, despindo a camisa — faço votos para que dure pouco tempo.
Henrietta adivinhou que ele observava o seu busto, que se revelava abertamente modelado sob a blusa molhada e corou violentamente.
Profundamente perturbada e assustada, Henrietta voltou as costas a Stevenson, aproximando-se da entrada da gruta.
De repente, brilhou o fulgor ofuscante de relâmpago que tinha tombado sobre uma árvore próxima, e Henrietta proferindo um grito de horror, fugiu precipitadamente para o interior da gruta, indo cair nos braços de Peter.
Henrietta, que sentia um pavor tremendo e irrefletido ante as tempestades, colou-se a Peter ocultando o seu rosto no largo e vigoroso peito do rapaz.
Peter sentiu-se estremecer através da roupa molhada e uma envolvente sensação de vertigens arrebatou-o, provocando-lhe um bater descompassado do coração.
O cheiro do enxofre produzido pelo relâmpago infiltrou-se na própria gruta. Imediatamente, o terror instintivo e sobrenatural sentido por Henrietta, converteu-se num medo físico, mais imediato e quase tão violento como o trovão que rugia e o relâmpago que cortava a atmosfera rarefeita. Foi o temor e talvez também a ancestral chamada do seu sexo que a impeliu a buscar proteção e abrigo no contacto físico do rapaz.
Henrietta reparou que ele a conservava fortemente apertada nos braços, ao sentir uma opressiva sensação de asfixia sobre o peito. E no seu repentino despertar à realidade, notou que os seus próprios braços envolviam o pescoço de Peter Stevenson. Então, separou-se dele com brusquidão, empurrando-o energicamente. Peter Stevenson largou-a e as suas estranhas pupilas verdes brilharam na quase completa penumbra que invadia a gruta.
— O raio... assustou-me—balbuciou Henrietta. E apertou as húmidas e frias mãos nervosamente.
— Parece mentira que uma rapariga coma você tenha medo das trovoadas — pronunciou Peter lentamente.
— Sim... tenho. Não posso conter-me. É superior às minhas forças — balbuciou Henrietta.
Seguiu-se uma longa e silenciosa pausa. No interior da gruta, pequenos fios de água escorriam por entre os interstícios das rochas. Um trovão rebentou no espaço e o fulgor do relâmpago iluminou a caverna. Henrietta, receosa, procurou a proteção das paredes da gruta. Peter percebeu pelo tremer de Henrietta, que esta devia estar sofrendo com o frio.
— Tem frio?
— Sim.
Peter Stevenson foi junto do seu cavalo, e desapertou a sela onde tinha guardado uma manta.
— Tome. Está um pouco húmida. Abrigue-se. Se encontrássemos lenha...
— Talvez naquele canto... — disse Henrietta envolvendo-se na manta. — Costuma haver. Os vaqueiros costumam aqui vir proteger-se quando são surpreendidos pela tormenta. Eu própria já tenho aqui estado.
Peter Stevenson dirigiu-se para o local indicado e lá encontrou um montículo de lenha seca.
— Magnífico — disse, voltando com uma braçada de lenha. — Talvez não possamos comer; mas lume já temos para nos aquecermos.
Henrietta olhou, angustiada, para a entrada da gruta. A luz cada vez era mais escassa. A noite descia rapidamente. Peter amontoou a lenha no centro da gruta pegou-lhe fogo com um fósforo. Lá fora os trovões continuavam a ribombar e a luz lívida dos relâmpagos iluminava irregularmente a caverna.
Mas quando a fogueira irrompeu dispersando luz e calor e a gruta se encheu de fumo, os dois sentiram o mesmo conforto e alívio que certamente experimentavam os homens primitivos junto do fogo acampamento.
— Talvez seja melhor para si colocar as suas roupas a secar aconselhou Peter.
Henrietta colocou sobre os ombros a manta seca quente que Stevenson tinha estado a secar, envolveu-se nela e sentou-se junto do fogo. Não se atreveu a despir a blusa nem a roupa interior, porque mesmo envolta na manta, tinha a certeza que se envergonharia tanto como se estivesse completamente nua diante dele.
Peter, menos hesitante, tirou a camisa, e assim permaneceu, junto do fogo, com o musculoso e bronzeado peito nu.
Também Henrietta secou a sua blusa, abrindo parte da manta que a envolvia e deixando que o calor lhe penetrasse profundamente no corpo. Quando finalmente a camisa de Peter estava seca e ele a vestiu, já tinha anoitecido por completo.
— Acha... acha que teremos de passar aqui toda a noite? — perguntou Henrietta.
— Depende do tempo. Se a chuva parar brevemente, talvez ainda possamos regressar. Pensei que fosse uma mulher mais corajosa.
Henrietta levantou-se sem replicar e aproximou--se da entrada da gruta. Apesar de a intensidade da chuva ser menor, esta continuava sem dar indícios de parar. Um relâmpago brilhou no espaço e um trovão ribombou fortemente, obrigando-a a regressar apressadamente para junto da fogueira.
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