PAS407. O homem a quem não interessava morrer ou viver
Os vaqueiros dos ranchos pareciam ter-se congregado no «Gamblers» quando Lee e os ganadeiros passaram para o salão. Mas não havia algazarra. Os mortos tinham sido retirados e os homens bebiam ou falavam em voz normal. Oitenta pares de olhos hostis e curiosos seguiram Lee enquanto se encaminhava para a porta de saída. Colding estava atrás do balcão, pálido e impassível. Os dois homens altos que tinham interferido em defesa de Lee já ali não se encontravam.
Reina foi atrás de Yancey, sem fazer caso do gesto do pai. Ao chegar à porta Lee voltou-se para ela.
— Aonde vai?
— Se sair consigo, não se atrevem a disparar.
— Isso é o que lhe parece. Não quero sobrecarregai a minha consciência com a sua morte. Fique aqui.
Maxwell levantou a voz:
— Bert, Rawhide, Crane, Holly. Vão até à rua e vejam se há novidade.
Os quatro, homens obedeceram em silêncio, olhando de soslaio para Lee. Os outros escutavam atentamente o que se passava.
— Não era necessário, Maxwell — disse Lee dispondo-se para sair. — Se a minha bala me aguarda lá fora, nada há que a detenha. Reina caminhou atrás dele e alcançou-o mesmo à porta, murmurando:
— Quero falar-lhe. Continue a andar.
Ele apertou os lábios e saiu.
Sob as estrelas e o vento que soprava, a rua estava deserta. Estranhamente silenciosa também, embora profusamente iluminada. Os quatro vaqueiros de Maxwell, de revólver em punho, estavam espalhados em várias direções.
Reina saiu e encarou-o.
— Quem o mandou vir? — inquiriu em voz tensa.
Sustentando o olhar, Lee levou dez segundos a responder:
— Bort Radison. Ele, o doutor, Colding e Fulton, o dono da mina Pine Creek formam a sociedade. Mas Radison pensa ficar dono único de tudo. Não diga nada a seu pai. Caso eu não regresse, então, conte-lhe tudo.
À rapariga tremiam-lhe levemente os lábios, a ponto de chorar:
— Tem de voltar, Kane. Quero que volte.
— O meu nome não é Kane. Kane morreu em Oklahoma quando se dirigia para aqui. Eu vesti o fato dele, calcei as botas e vim para aqui, sem saber ao que vinha.
— Matou-o?
— Encontrei-o morto.
— Quem é você, então?
— Chamo-me Yancey. Lee Yancey. Talvez tenha ouvido falar de mim.
— Lee Yancey... de Texas?... — e as palavras saíram quase inaudíveis por entre os lábios feminin6s. — Sim, creio que ouvi falar de si...
— Então já sabe a razão por que me é impossível regressar. Volte para dentro e cale-se por enquanto. É o único favor que lhe peço.
Ela reteve-o por um braço:
— Espere. Continuo a querer que regresse. Por cima do ombro ele procurou o olhar dela.
— Porquê?
— Não gosto que seja um homem a quem tanto lhe faz morrer como viver.
Ele levou outra vez tempo a responder. E falou com um tom de amargura na voz:
— Isso era dantes. Mudei de ideias há algumas horas. Adeus.
Reina foi atrás de Yancey, sem fazer caso do gesto do pai. Ao chegar à porta Lee voltou-se para ela.
— Aonde vai?
— Se sair consigo, não se atrevem a disparar.
— Isso é o que lhe parece. Não quero sobrecarregai a minha consciência com a sua morte. Fique aqui.
Maxwell levantou a voz:
— Bert, Rawhide, Crane, Holly. Vão até à rua e vejam se há novidade.
Os quatro, homens obedeceram em silêncio, olhando de soslaio para Lee. Os outros escutavam atentamente o que se passava.
— Não era necessário, Maxwell — disse Lee dispondo-se para sair. — Se a minha bala me aguarda lá fora, nada há que a detenha. Reina caminhou atrás dele e alcançou-o mesmo à porta, murmurando:
— Quero falar-lhe. Continue a andar.
Ele apertou os lábios e saiu.
Sob as estrelas e o vento que soprava, a rua estava deserta. Estranhamente silenciosa também, embora profusamente iluminada. Os quatro vaqueiros de Maxwell, de revólver em punho, estavam espalhados em várias direções.
Reina saiu e encarou-o.
— Quem o mandou vir? — inquiriu em voz tensa.
Sustentando o olhar, Lee levou dez segundos a responder:
— Bort Radison. Ele, o doutor, Colding e Fulton, o dono da mina Pine Creek formam a sociedade. Mas Radison pensa ficar dono único de tudo. Não diga nada a seu pai. Caso eu não regresse, então, conte-lhe tudo.
À rapariga tremiam-lhe levemente os lábios, a ponto de chorar:
— Tem de voltar, Kane. Quero que volte.
— O meu nome não é Kane. Kane morreu em Oklahoma quando se dirigia para aqui. Eu vesti o fato dele, calcei as botas e vim para aqui, sem saber ao que vinha.
— Matou-o?
— Encontrei-o morto.
— Quem é você, então?
— Chamo-me Yancey. Lee Yancey. Talvez tenha ouvido falar de mim.
— Lee Yancey... de Texas?... — e as palavras saíram quase inaudíveis por entre os lábios feminin6s. — Sim, creio que ouvi falar de si...
— Então já sabe a razão por que me é impossível regressar. Volte para dentro e cale-se por enquanto. É o único favor que lhe peço.
Ela reteve-o por um braço:
— Espere. Continuo a querer que regresse. Por cima do ombro ele procurou o olhar dela.
— Porquê?
— Não gosto que seja um homem a quem tanto lhe faz morrer como viver.
Ele levou outra vez tempo a responder. E falou com um tom de amargura na voz:
— Isso era dantes. Mudei de ideias há algumas horas. Adeus.
Comentários
Postar um comentário