PAS408. Uma presa na cave
— Faça os planos que quiser, Radison. Todos lhe sairão errados, tal como o de utilizar Kane para assassinar meu pai, provocando a catástrofe. Lee Yancey é uma peça demasiado grande para os seus enredos. E há-de matá-lo a si.
Os olhos de Radison tornaram-se mais pequenos e a voz fez-se mais suave:
— Está muita segura a respeito desse Yancey. Não se dará o caso de existir entre os dois algo mais do que um conhecimento recente? Gostava de saber como ele aqui apareceu com as botas de Jim Kane.
As faces de Reina ficaram encarnadas, mas aguentou impávida o olhar do bandido.
— Pergunte-lhe a ele, se é homem — desafiou ela: — Quanto ao que há entre nós dois não é assunto lhe diga respeito.
— É mais um motivo para que eu o mate.
— Só se for pelas costas...
— Os lobos matam-se de qualquer maneira.
A rapariga ia a responder quando se ouviu a voz do pistoleiro que a surpreendera:
— Radison, aí vêm eles.
Os três homens trocaram um olhar sombrio. Radison fez um gesto imperioso com a cabeça e o médico e Fulton subiram depressa a escada. Ao ficarem sós, o dono do armazém encarou com Reina e disse-lhe-lenta e friamente:
— Há seis meses recusaste casar comigo, Reina Maxwell. Pois bem. Só sairás viva daqui se eu entender. Lee Yancey morrerá dentro de pouca tempo e teu pai também. Se perder a partida venho meter-te uma bala no peito antes de eu estoirar com os miolos.
Ela respondeu com um sorriso altivo e desdenhoso:
— És um ser sujo e imundo, Bert Radison. Digno apenas de ser pendurado numa corda.
Ele perdeu as estribeiras, levantou a mão e esbofeteou-a. Depois, deu meia volta sobre, si mesmo e subiu a correr a escada, porque de fora tinham chamado novamente.
Caiu a tampa sobre o alçapão e Reina ficou sozinha apenas com os seus desagradáveis pensamentos. A não se dar um milagre, a sua sorte estava traçada. E o pensamento de que nada podia fazer para o impedir fazia-lhe bulir nas veias o sangue impetuoso. Não temia tanto por ela, mas por seu pai, por seu irmão e por Lee Yancey, o proscrito que, em poucas horas, se tinha apossado do seu coração.
Primeiro subiu a escada e tateou a tampa do alçapão. Nem se moveu. Tornando a descer, pegou na lanterna e pôs-se a inspecionar a cave contendo penosamente os nervos.
Havia montes de mercadorias mas nada que pudesse servir-lhe. Mas... Quase gritou de alegria ao tropeçar com qualquer objeto duro, nada menos nada mais do que uma pesada barra de ferro. Uma boa arma nas mãos de uma mulher forte e decidida...
Voltou para o centro da cave. O seu plano já estava feito. Quando Radison abrisse a tampa do alçapão, ela apagaria a lanterna e aguardaria, escondida nas trevas. Ele não sabia que ela estava armada. Quando se aproximasse suficientemente, poria à prova a dureza do seu crânio.
Entretanto foi sentar-se nos últimos degraus, tentando averiguar o que se passava em cima. Pareceu-lhe ouvir ruído de tiros. Estariam a assaltar o armazém? Era o mais provável. Em tal caso restava uma esperança de o canalha morrer.
Sem saber o que se passava, metida ali dentro, o tempo custava tremendamente a passar. Teria dado meia vida para o saber e tomar parte na luta. Subitamente pensou ouvir passos a aproximarem-se. E seguir um ruído de vozes ininteligíveis, cortado de repente pelo rouco estrondo de muitos tiros, por cima da sua cabeça. Depois um súbito silêncio, embora se escutassem vagos ruídos ao longe. Em seguida um barulho em cima da sua cabeça, na tampa do alçapão.
Rápida como o pensamento, Reina apagou a lanterna que tinha na mão e desceu a escada com a bar na mão direita, pronta para se defender e matar quem quer que fosse.
O alçapão abriu-se. Uma figura varonil recortou-se contra um fundo um pouco mais claro. Ao mesmo tempo tornaram a ouvir-se pela porta aberta os tiros com mais nitidez.
— Está aí, Reina?
Caiu-lhe a barra das mãos. E um segundo mais tarde voava pelas escadas acima, gritando com toda a sua alma:
— Lee Yancey! Sim, estou aqui!
O homem estendeu uma das mãos para a ajudar e recebeu-a nos seus braços quando ela, impulsiva mente, se atirou para ele, beijando-o sem o menor rebuço.
Os olhos de Radison tornaram-se mais pequenos e a voz fez-se mais suave:
— Está muita segura a respeito desse Yancey. Não se dará o caso de existir entre os dois algo mais do que um conhecimento recente? Gostava de saber como ele aqui apareceu com as botas de Jim Kane.
As faces de Reina ficaram encarnadas, mas aguentou impávida o olhar do bandido.
— Pergunte-lhe a ele, se é homem — desafiou ela: — Quanto ao que há entre nós dois não é assunto lhe diga respeito.
— É mais um motivo para que eu o mate.
— Só se for pelas costas...
— Os lobos matam-se de qualquer maneira.
A rapariga ia a responder quando se ouviu a voz do pistoleiro que a surpreendera:
— Radison, aí vêm eles.
Os três homens trocaram um olhar sombrio. Radison fez um gesto imperioso com a cabeça e o médico e Fulton subiram depressa a escada. Ao ficarem sós, o dono do armazém encarou com Reina e disse-lhe-lenta e friamente:
— Há seis meses recusaste casar comigo, Reina Maxwell. Pois bem. Só sairás viva daqui se eu entender. Lee Yancey morrerá dentro de pouca tempo e teu pai também. Se perder a partida venho meter-te uma bala no peito antes de eu estoirar com os miolos.
Ela respondeu com um sorriso altivo e desdenhoso:
— És um ser sujo e imundo, Bert Radison. Digno apenas de ser pendurado numa corda.
Ele perdeu as estribeiras, levantou a mão e esbofeteou-a. Depois, deu meia volta sobre, si mesmo e subiu a correr a escada, porque de fora tinham chamado novamente.
Caiu a tampa sobre o alçapão e Reina ficou sozinha apenas com os seus desagradáveis pensamentos. A não se dar um milagre, a sua sorte estava traçada. E o pensamento de que nada podia fazer para o impedir fazia-lhe bulir nas veias o sangue impetuoso. Não temia tanto por ela, mas por seu pai, por seu irmão e por Lee Yancey, o proscrito que, em poucas horas, se tinha apossado do seu coração.
Primeiro subiu a escada e tateou a tampa do alçapão. Nem se moveu. Tornando a descer, pegou na lanterna e pôs-se a inspecionar a cave contendo penosamente os nervos.
Havia montes de mercadorias mas nada que pudesse servir-lhe. Mas... Quase gritou de alegria ao tropeçar com qualquer objeto duro, nada menos nada mais do que uma pesada barra de ferro. Uma boa arma nas mãos de uma mulher forte e decidida...
Voltou para o centro da cave. O seu plano já estava feito. Quando Radison abrisse a tampa do alçapão, ela apagaria a lanterna e aguardaria, escondida nas trevas. Ele não sabia que ela estava armada. Quando se aproximasse suficientemente, poria à prova a dureza do seu crânio.
Entretanto foi sentar-se nos últimos degraus, tentando averiguar o que se passava em cima. Pareceu-lhe ouvir ruído de tiros. Estariam a assaltar o armazém? Era o mais provável. Em tal caso restava uma esperança de o canalha morrer.
Sem saber o que se passava, metida ali dentro, o tempo custava tremendamente a passar. Teria dado meia vida para o saber e tomar parte na luta. Subitamente pensou ouvir passos a aproximarem-se. E seguir um ruído de vozes ininteligíveis, cortado de repente pelo rouco estrondo de muitos tiros, por cima da sua cabeça. Depois um súbito silêncio, embora se escutassem vagos ruídos ao longe. Em seguida um barulho em cima da sua cabeça, na tampa do alçapão.
Rápida como o pensamento, Reina apagou a lanterna que tinha na mão e desceu a escada com a bar na mão direita, pronta para se defender e matar quem quer que fosse.
O alçapão abriu-se. Uma figura varonil recortou-se contra um fundo um pouco mais claro. Ao mesmo tempo tornaram a ouvir-se pela porta aberta os tiros com mais nitidez.
— Está aí, Reina?
Caiu-lhe a barra das mãos. E um segundo mais tarde voava pelas escadas acima, gritando com toda a sua alma:
— Lee Yancey! Sim, estou aqui!
O homem estendeu uma das mãos para a ajudar e recebeu-a nos seus braços quando ela, impulsiva mente, se atirou para ele, beijando-o sem o menor rebuço.
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