PAS433. Perigos de novo encontro ao luar
Oculto no bosquezinho de álamos próximo à divisória do seu rancho com as terras de Harper Patterson, Jesse Lasky esperou pacientemente que despontasse a lua.
O tempo decorreu sem que coisa alguma interrompesse o silêncio da noite tranquila, e, de súbito...
O ruído de uns cascos de cavalo que chocavam com o solo chegou claramente aos ouvidos do jovem. Deitado sobre umas moitas que cresciam ao redor de uns troncos, Jesse Lasky viu aproximar-se um cavaleiro solitário quase ao mesmo tempo...
A uns trinta metros de distância, para o seu lado direito, quase no extremo do bosquezinho, notou outras duas sombras escuras que se moviam lentamente ao encontro do cavaleiro que se aproximava.
Um minuto depois Jesse sabia já, com absoluta certeza, que Klondy Patterson tinha acudido ao encontro que lhe tinham marcado como se fosse ele. E como tudo estivesse já planeado de antemão...
No preciso instante em que a jovem chegava a poucos passos dos álamos, exatamente quando refreava o seu cavalo; uma corda serpenteou pelos ares e o laço caiu-lhe exatamente sobre os ombros.
Klondy Patterson soltou um grito da surpresa ao sentir-se impossibilitada de qualquer movimento. O convencimento de que havia caído numa armadilha chegou-lhe quando viu surgir das sombras as figuras de dois homens que se mostravam agora à luz da lua.
— Estávamos certos de que viria à entrevista, preciosa — disse um dos bandidos aproximando-se-lhe para melhor a manietar. — Sentimos muito que não esteja aqui o seu amigo Jesse Lasky para a namorar, mas não se preocupe. Nós também sabemos alegrar os ouvidos às jovens tão bonitas como a menina.
— Os porcos como vocês apenas sabem dizer baboseiras — replicou uma voz fria, nas suas costas. — Rápido! Afastai-vos dessa menina ou crivo-vos de tiros aos dois!
Os bandidos voltaram-se para olharem aquele que assim os interrompia. Um deles exclamou:
— Maldição! Jesse Lasky!
— O próprio, «namorador» de mulheres bonitas — respondeu Jesse enquanto avançava uns passos para eles. E acrescentou perentório: — Vamos! Demonstrai que não é só com as mulheres que se metem. Uns valentes como vocês deveriam ter puxado pelos revólveres.
E foi precisamente o que ambos fizeram ao mesmo tempo.
Da sela do seu cavalo, impossibilitada de fazer o menor movimento, Klondy Patterson presenciou boquiaberta aquele duelo à luz da lua.
Os dois bandidos foram rapidíssimos a manejar os revólveres. Mas...
Por desgraça sua, o inimigo que lhes havia tocado em sorte era nada menos do que Jesse Lasky. O homem mais rápido a servir-se das armas de todos quantos haviam passado pelo Texas. Dada a sua posição, visto que Jesse tinha ordenado que os pistoleiros se afastassem dela, a jovem pôde seguir perfeitamente o desenrolar da cena.
Sacudida pelo ruído dos disparos, Klondy viu como a que estava mais próximo cambaleava, de súbito, e rodava pelo solo. O outro, com a boca entreaberta e os lábios apertados contra os dentes, de raiva, conseguiu premir os gatilhos dos seus revólveres. Mas isso foi tudo.
As balas levantaram uma pequena nuvem de pó aos pés de Jesse, enquanto aquele que as tinha disparado, com uma onça de chumbo entre as sobrancelhas, era projetado, de bruços, contra o solo.
Escassos segundos tinham bastado a Jesse Lasky para estropiar a combinação daqueles bandidos ainda que nem tudo estivesse acabado já. De súbito...
Assustado pelos estampidos das revólveres, o fogoso cavalo da rapariga, que escarvava e relinchava como um potro selvagem, abalou em louca correria.
Jesse Lasky esqueceu-se imediatamente dos bandidos caídos no solo. Durante um segundo apenas vacilou junto a um dos cavalos que estavam a poucos passos dele. Mas, em seguida, tomando uma decisão rápida, optou por algo mais seguro.
Inclinando um pouco a cabeça para o bosquezinho de álamos que estava à sua direita, emitiu um agudo assobio que se propagou na noite. No mesmo instante, um relincho que ele conhecia muito bem respondeu--lhe. E mal se extinguira aquela resposta, surgiu «Bailarino» de entre as árvores avançando a trote, ao seu encontro.
Mas o animal náo se deteve, nem mesmo ao passar a seu lado. Não era a primeira vez que o dono o chamava daquela maneira e ele tinha aprendido bem o que a fazer.
Tudo aconteceu como Jesse Lasky esperava. Apena «Bailarino» chegou ao alcance da mão esta segurou-se ao arcão da sela para assim se sentir arrancado do solo.
Um segundo depois, «Bailarino» corria já a galope transportando o seu dono à garupa.
Diante deles, a coisa de um quarto de milha, Klondy Patterson cavalgava o seu potro que tomara o freio nos dentes. Mas fazia-o com os braços pegados ao colo por causa das ataduras. De um momento para o podia ser arrojada ao solo.
Mas «Bailarino» ia ganhando terreno, pouco a pouco mas de uma forma constante.
— Aguente-se, Klondy, aguente-se! — gritou Jess, com toda a força dos seus pulmões, enquanto fazia vol. tear o laço ao ritmo do galope do seu cavalo.
«Bailarino» devorava a distância. E não dava mostras de cansaço. Pelo contrário, cada vez acelerava mais a sua velocidade.
— Domine-o! Agarre-se!
As palavras batiam-lhe na cara retidas pelo vento que as repelia. Sob as suas pernas «Bailarino» era uma montanha de músculos em acção e de carne palpitante.
E, por fim, o magnífico animal colocou-se a par do que era montado pela jovem. Jesse pôde ver à luz da lua que o rosto da rapariga estava transformado numa máscara branca de terror. Mas nem uma só palavra brotava dos seus lábios pálidos e contraídos.
Foi então que Jesse atirou o laço que continuava a fazer girar. O nó corrediço partiu e a cabeça do cavalo desbocado ficou aprisionada.
Quase ao mesmo tempo Jesse deslizou por um dos lados da sela e a corda ficou esticada. Um segundo depois, o cavalo de Klondy, estremecendo, rendeu-se.
O resto já foi mais fácil.
Livre das cordas que a prendiam, em pé, junto ao seu salvador, a jovem perguntou:
— Não se pode negar que caí numa armadilha. Mas, como apareceu você tão oportunamente, Jesse?
Ele olhou-a nos olhos, temendo descobrir neles a dúvida de uma suspeita. Mas à suave luz da lua os lindíssimos olhos da rapariga mostravam toda a sua limpidez.
— Surpreendi a conversa dos que planeavam o seu sequestro, minha senhora...
Ela interrompeu-o com um gesto, enquanto dizia sorridente:
— Se não estou em erro, há pouco chamou-me Klondy.
— É verdade — reconheceu ele. E acrescentou, ligeiramente nervoso: — Sinto-o. Esqueci que...
— Não, desvirtue a questão, homem — interrompeu ela, de novo. — Foi uma alegria ouvi-lo tratar-me assim.
E Jesse Lasky reteve a respiração.
O tempo decorreu sem que coisa alguma interrompesse o silêncio da noite tranquila, e, de súbito...
O ruído de uns cascos de cavalo que chocavam com o solo chegou claramente aos ouvidos do jovem. Deitado sobre umas moitas que cresciam ao redor de uns troncos, Jesse Lasky viu aproximar-se um cavaleiro solitário quase ao mesmo tempo...
A uns trinta metros de distância, para o seu lado direito, quase no extremo do bosquezinho, notou outras duas sombras escuras que se moviam lentamente ao encontro do cavaleiro que se aproximava.
Um minuto depois Jesse sabia já, com absoluta certeza, que Klondy Patterson tinha acudido ao encontro que lhe tinham marcado como se fosse ele. E como tudo estivesse já planeado de antemão...
No preciso instante em que a jovem chegava a poucos passos dos álamos, exatamente quando refreava o seu cavalo; uma corda serpenteou pelos ares e o laço caiu-lhe exatamente sobre os ombros.
Klondy Patterson soltou um grito da surpresa ao sentir-se impossibilitada de qualquer movimento. O convencimento de que havia caído numa armadilha chegou-lhe quando viu surgir das sombras as figuras de dois homens que se mostravam agora à luz da lua.
— Estávamos certos de que viria à entrevista, preciosa — disse um dos bandidos aproximando-se-lhe para melhor a manietar. — Sentimos muito que não esteja aqui o seu amigo Jesse Lasky para a namorar, mas não se preocupe. Nós também sabemos alegrar os ouvidos às jovens tão bonitas como a menina.
— Os porcos como vocês apenas sabem dizer baboseiras — replicou uma voz fria, nas suas costas. — Rápido! Afastai-vos dessa menina ou crivo-vos de tiros aos dois!
Os bandidos voltaram-se para olharem aquele que assim os interrompia. Um deles exclamou:
— Maldição! Jesse Lasky!
— O próprio, «namorador» de mulheres bonitas — respondeu Jesse enquanto avançava uns passos para eles. E acrescentou perentório: — Vamos! Demonstrai que não é só com as mulheres que se metem. Uns valentes como vocês deveriam ter puxado pelos revólveres.
E foi precisamente o que ambos fizeram ao mesmo tempo.
Da sela do seu cavalo, impossibilitada de fazer o menor movimento, Klondy Patterson presenciou boquiaberta aquele duelo à luz da lua.
Os dois bandidos foram rapidíssimos a manejar os revólveres. Mas...
Por desgraça sua, o inimigo que lhes havia tocado em sorte era nada menos do que Jesse Lasky. O homem mais rápido a servir-se das armas de todos quantos haviam passado pelo Texas. Dada a sua posição, visto que Jesse tinha ordenado que os pistoleiros se afastassem dela, a jovem pôde seguir perfeitamente o desenrolar da cena.
Sacudida pelo ruído dos disparos, Klondy viu como a que estava mais próximo cambaleava, de súbito, e rodava pelo solo. O outro, com a boca entreaberta e os lábios apertados contra os dentes, de raiva, conseguiu premir os gatilhos dos seus revólveres. Mas isso foi tudo.
As balas levantaram uma pequena nuvem de pó aos pés de Jesse, enquanto aquele que as tinha disparado, com uma onça de chumbo entre as sobrancelhas, era projetado, de bruços, contra o solo.
Escassos segundos tinham bastado a Jesse Lasky para estropiar a combinação daqueles bandidos ainda que nem tudo estivesse acabado já. De súbito...
Assustado pelos estampidos das revólveres, o fogoso cavalo da rapariga, que escarvava e relinchava como um potro selvagem, abalou em louca correria.
Jesse Lasky esqueceu-se imediatamente dos bandidos caídos no solo. Durante um segundo apenas vacilou junto a um dos cavalos que estavam a poucos passos dele. Mas, em seguida, tomando uma decisão rápida, optou por algo mais seguro.
Inclinando um pouco a cabeça para o bosquezinho de álamos que estava à sua direita, emitiu um agudo assobio que se propagou na noite. No mesmo instante, um relincho que ele conhecia muito bem respondeu--lhe. E mal se extinguira aquela resposta, surgiu «Bailarino» de entre as árvores avançando a trote, ao seu encontro.
Mas o animal náo se deteve, nem mesmo ao passar a seu lado. Não era a primeira vez que o dono o chamava daquela maneira e ele tinha aprendido bem o que a fazer.
Tudo aconteceu como Jesse Lasky esperava. Apena «Bailarino» chegou ao alcance da mão esta segurou-se ao arcão da sela para assim se sentir arrancado do solo.
Um segundo depois, «Bailarino» corria já a galope transportando o seu dono à garupa.
Diante deles, a coisa de um quarto de milha, Klondy Patterson cavalgava o seu potro que tomara o freio nos dentes. Mas fazia-o com os braços pegados ao colo por causa das ataduras. De um momento para o podia ser arrojada ao solo.
Mas «Bailarino» ia ganhando terreno, pouco a pouco mas de uma forma constante.
— Aguente-se, Klondy, aguente-se! — gritou Jess, com toda a força dos seus pulmões, enquanto fazia vol. tear o laço ao ritmo do galope do seu cavalo.
«Bailarino» devorava a distância. E não dava mostras de cansaço. Pelo contrário, cada vez acelerava mais a sua velocidade.
— Domine-o! Agarre-se!
As palavras batiam-lhe na cara retidas pelo vento que as repelia. Sob as suas pernas «Bailarino» era uma montanha de músculos em acção e de carne palpitante.
E, por fim, o magnífico animal colocou-se a par do que era montado pela jovem. Jesse pôde ver à luz da lua que o rosto da rapariga estava transformado numa máscara branca de terror. Mas nem uma só palavra brotava dos seus lábios pálidos e contraídos.
Foi então que Jesse atirou o laço que continuava a fazer girar. O nó corrediço partiu e a cabeça do cavalo desbocado ficou aprisionada.
Quase ao mesmo tempo Jesse deslizou por um dos lados da sela e a corda ficou esticada. Um segundo depois, o cavalo de Klondy, estremecendo, rendeu-se.
O resto já foi mais fácil.
Livre das cordas que a prendiam, em pé, junto ao seu salvador, a jovem perguntou:
— Não se pode negar que caí numa armadilha. Mas, como apareceu você tão oportunamente, Jesse?
Ele olhou-a nos olhos, temendo descobrir neles a dúvida de uma suspeita. Mas à suave luz da lua os lindíssimos olhos da rapariga mostravam toda a sua limpidez.
— Surpreendi a conversa dos que planeavam o seu sequestro, minha senhora...
Ela interrompeu-o com um gesto, enquanto dizia sorridente:
— Se não estou em erro, há pouco chamou-me Klondy.
— É verdade — reconheceu ele. E acrescentou, ligeiramente nervoso: — Sinto-o. Esqueci que...
— Não, desvirtue a questão, homem — interrompeu ela, de novo. — Foi uma alegria ouvi-lo tratar-me assim.
E Jesse Lasky reteve a respiração.
Comentários
Postar um comentário