PAS475. A bela e o foragido separam-se

Mike fez uma careta.
— Quando volta para Taos?... — perguntou.
— A diligência sai amanhã à tarde. Voltarei a vê-la, com certeza.
— Com certeza, não. Tenho várias coisas que fazer. Creio que o melhor seria despedirmo-nos agora.
A senhora Holcombe olhou-os alternadamente, e logo pareceu descobrir qualquer coisa de muito interessante no passeio fronteiro. Com uma vaga desculpa, atravessou a rua e os dois jovens ficaram sós.
— Muito discreta, mas a única coisa que temos a dizer é adeus... — disse Mike, um tanto duramente.
— Vieste para me ver, Mike?... — perguntou ela directamente, olhando-o nos olhos. Ele hesitou por momentos.
 — Sim... — disse, por fim.
— Porquê?
— Porque... Porque te amo e queria ver-te pela última vez. Nada mais... — disse Mike. — E agora, adeus.
Ela segurou-o pela manga.
— Escuta, Mike. Se é por causa do dinheiro... Bem, eu tenho o suficiente para os dois. De sobra para os dois.
Ele olhou-a. Havia nos seus olhos uma expressão de fome, de tão autêntica fome que ela se assustou.
— Mike... — disse, em voz trémula.
— Adeus, Alice. Que Deus te abençoe.
E começou a andar. Ela ficou atrás, olhando-o com uma censura muda que lhe fez muito mais dano do que qualquer palavra que tivesse podido dizer.
 

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