PAS600. Cinco homens mal trajados

A rua principal de Valongo estava deserta e adormecida, como abochornada pelo calor.
Um cão vagabundo que fossava num monturo fugiu correndo, de rabo entre as pernas quando o grupo de cavaleiros fez a sua entrada na rua.
Eram cinco homens.
Cinco cavaleiros mal trajados, barbudos, cobertos d pó da longa caminhada... e todos bem armados.
Um estremecimento percorreu os habitantes da cidade que obrigados à sombra dos alpendres ou através das reixas das janelas contemplavam a entrada da estranha comitiva.
Juntamente com aqueles homens cavalgava também a morte...
Sombrios e receosos, os cavaleiros avançavam em fila indiana até ao centro da povoação.
O que capitaneava o grupo, sem dúvida o mais velho de todos, parecia estudar cautelosamente o terreno, enquanto os companheiros se limitavam a cavalgar atrás dele com as mãos próximas das coronhas das armas, detendo-se finalmente, junto do «Casino dos Ganadeiros».
Desmontaram.
Sem quaisquer pressas, os homens amarraram as suas montadas à trave de madeira e, depois de deitarem mais uma olhadela em seu redor, entraram no «saloon» fazendo soar estrondosamente as suas esporas texanas.
Um homenzinho vestido de negro que se encontrava à porta do seu estabelecimento e que servia simultaneamente de barbearia e de agência funerária, disse em voz alta:
— Hum! Está a parecer-me que o dia de hoje me vai dar muito que fazer...

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