PAS644. A última missão do cavaleiro ferido (2)
Entre o curso do rio Nueces e o do rio Frio, do qual se aproximava a grande velocidade, o cavaleiro teve o primeiro desmaio. Por muito paradoxal que parecesse, o nobre animal que aquele homem ensanguentado montava sentiu que os braços do cavaleiro perdiam o contacto com ele. Homem e cavalo haviam estado unidos durante muitíssimo tempo, nessa amizade que só pode existir entre um ser humano e um animal. Companheiros inseparáveis tinham passado momentos difíceis, percorrido enormes extensões de terreno de toda a espécie e convivido dia e noite. Umas vezes, sós; outras, acompanhados.
Por isso, ao sentir que o corpo do cavaleiro caía pesadamente sobre ele, sem forças, o nobre animal parou e manteve-se ereto, quieto, sem ousar mover-se. Entretanto, os abutres atreviam-se cada vez mais, descendo para adejar ao redor da montada ou pousando por vezes diante dela. Ao verem o animal imóvel, as aves de rapina bateram as asas com frenesim, cravando os olhos vorazes nas apetecidas vítimas, naquele montão de carnes que não tardariam a desfazer à bicada.
Apesar de a sua valentia, o cavalo sentia-se inquieto, tremendo dos pés à cabeça e fazendo os impossíveis por manter em equilíbrio o corpo agora lasso do cavaleiro desacordado.
Manteve-se assim durante muito tempo, sem perder de vista os abutres que, em número cada vez maior, se haviam imobilizado no solo, formando um sinistro círculo em torno de si e do seu dono.
Depois, com um suspiro, o homem recuperou os sentidos e moveu a cabeça de um lado para o outro, como se quisesse afastar a bruma que lhe inundava o cérebro. E por fim, com um supremo esforço, voltou a abraçar-se ao cavalo e os seus pés deram dois pequenos golpes nos flancos do nobre bruto que, compreendendo perfeitamente os desejos do cavaleiro, começou a mover-se. Primeiro, a passo; depois, num trote que espantou as negras aves, que empreenderam um voo rápido, voltando uma vez mais a descrever círculos concêntricos à volta das fugidias presas.
Por isso, ao sentir que o corpo do cavaleiro caía pesadamente sobre ele, sem forças, o nobre animal parou e manteve-se ereto, quieto, sem ousar mover-se. Entretanto, os abutres atreviam-se cada vez mais, descendo para adejar ao redor da montada ou pousando por vezes diante dela. Ao verem o animal imóvel, as aves de rapina bateram as asas com frenesim, cravando os olhos vorazes nas apetecidas vítimas, naquele montão de carnes que não tardariam a desfazer à bicada.
Apesar de a sua valentia, o cavalo sentia-se inquieto, tremendo dos pés à cabeça e fazendo os impossíveis por manter em equilíbrio o corpo agora lasso do cavaleiro desacordado.
Manteve-se assim durante muito tempo, sem perder de vista os abutres que, em número cada vez maior, se haviam imobilizado no solo, formando um sinistro círculo em torno de si e do seu dono.
Depois, com um suspiro, o homem recuperou os sentidos e moveu a cabeça de um lado para o outro, como se quisesse afastar a bruma que lhe inundava o cérebro. E por fim, com um supremo esforço, voltou a abraçar-se ao cavalo e os seus pés deram dois pequenos golpes nos flancos do nobre bruto que, compreendendo perfeitamente os desejos do cavaleiro, começou a mover-se. Primeiro, a passo; depois, num trote que espantou as negras aves, que empreenderam um voo rápido, voltando uma vez mais a descrever círculos concêntricos à volta das fugidias presas.
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