PAS688. Coisas que podem acabar mal
Quando voltou a despertar, era noite fechada. Olhou pela abertura da lona, e viu o céu cheio de estrelas. Soprava uma brisa fresca.
Uma mão mais fresca que a brisa pousou-se na sua lesta. Uma mão que podia pertencer apenas a uma pessoa. E quando a mão se afastou, Everitt viu que tinha razão. Conhecia já o contorno facial da rapariga.
Netty.
Era assim que ela se chamava. Era apenas uma sombra bonita, com o brilho das estre-las nos olhos.
— Como se acha?
— Acordei-a?
— Não.
— Não dormia?
— Não.
— Para tratar de mim?
— Sim.
— E seu irmão?
— Gosta de dormir ao ar livre. Não se preocupe co ele. Como se sente?
— Bem... Creio que bem... E creio... creio que tenho fome.
— Um bom sinal. Amanhã, quando amanhecer comerá o que lhe apetecer. Guy caçará algo para si senhor Everitt.
«Gatilho» sobressaltou-se.
— Sabe o meu nome?
— Sei muitas coisas mais a seu respeito. Deliro muito.
— E você esteve sempre a meu lado?
— Sempre.
— Sem dormir?
— Bom... Guy ocupou o meu lugar sempre que s tornou necessário.
— Que coisas sabe a meu respeito?
— Muitas. Sim, sei que você e outro homem chamado Henry Morne roubaram duzentos mil dólares, e que esse Morne quis matá-lo depois. Você chama-se David Everit e chamam-lhe «Gatilho». Disse que era a primeira vez que se colocava à margem da Lei.
— Tudo... disse isso tudo?
— Também disse que o seu primeiro revólver teve de procurá-lo você mesmo, consertando um, já velho, que pertencera a seu pai. Disse muitas coisas, senhor Everitt.
— Que pensam fazer comigo?
— Nós?
— Claro. Não se esqueça que sou agora um foragido.
A rapariga inclinou-se mais sobre ele.
-- Senhor Everitt — sussurrou docemente — foragido ou não, jamais farei algo que o possa prejudicar. Amo-o com todas as minhas forças, com todo o meu coração. Queria...
A rapariga voltou a beijá-lo. Everitt sentiu uma estranha sensação de frescura, quando notou sobre os seus os lábios da rapariga.
Sentiu-se como que derrotado e abandonado, quando Os seus lábios deixaram de ser acariciados pelos lábios de Netty.
— Queria — continuou a rapariga — que a vida continuasse sempre assim, para estar a seu lado até morrer...
«Gatilho» fechou os olhos quando a rapariga passou novamente a mão pela sua fronte, limpando-lha carinhosamente das pequenas gotas de suor. Ouvia o inconfundível ruído da água a correr, o murmúrio da brisa...
A mão continuou a acariciar a sua fronte. David Eve-ritt perguntou-se, antes de adormecer de novo, quantas vezes o teria beijado aquela rapariga que dizia amá-lo.
Uma mão mais fresca que a brisa pousou-se na sua lesta. Uma mão que podia pertencer apenas a uma pessoa. E quando a mão se afastou, Everitt viu que tinha razão. Conhecia já o contorno facial da rapariga.
Netty.
Era assim que ela se chamava. Era apenas uma sombra bonita, com o brilho das estre-las nos olhos.
— Como se acha?
— Acordei-a?
— Não.
— Não dormia?
— Não.
— Para tratar de mim?
— Sim.
— E seu irmão?
— Gosta de dormir ao ar livre. Não se preocupe co ele. Como se sente?
— Bem... Creio que bem... E creio... creio que tenho fome.
— Um bom sinal. Amanhã, quando amanhecer comerá o que lhe apetecer. Guy caçará algo para si senhor Everitt.
«Gatilho» sobressaltou-se.
— Sabe o meu nome?
— Sei muitas coisas mais a seu respeito. Deliro muito.
— E você esteve sempre a meu lado?
— Sempre.
— Sem dormir?
— Bom... Guy ocupou o meu lugar sempre que s tornou necessário.
— Que coisas sabe a meu respeito?
— Muitas. Sim, sei que você e outro homem chamado Henry Morne roubaram duzentos mil dólares, e que esse Morne quis matá-lo depois. Você chama-se David Everit e chamam-lhe «Gatilho». Disse que era a primeira vez que se colocava à margem da Lei.
— Tudo... disse isso tudo?
— Também disse que o seu primeiro revólver teve de procurá-lo você mesmo, consertando um, já velho, que pertencera a seu pai. Disse muitas coisas, senhor Everitt.
— Que pensam fazer comigo?
— Nós?
— Claro. Não se esqueça que sou agora um foragido.
A rapariga inclinou-se mais sobre ele.
-- Senhor Everitt — sussurrou docemente — foragido ou não, jamais farei algo que o possa prejudicar. Amo-o com todas as minhas forças, com todo o meu coração. Queria...
A rapariga voltou a beijá-lo. Everitt sentiu uma estranha sensação de frescura, quando notou sobre os seus os lábios da rapariga.
Sentiu-se como que derrotado e abandonado, quando Os seus lábios deixaram de ser acariciados pelos lábios de Netty.
— Queria — continuou a rapariga — que a vida continuasse sempre assim, para estar a seu lado até morrer...
«Gatilho» fechou os olhos quando a rapariga passou novamente a mão pela sua fronte, limpando-lha carinhosamente das pequenas gotas de suor. Ouvia o inconfundível ruído da água a correr, o murmúrio da brisa...
A mão continuou a acariciar a sua fronte. David Eve-ritt perguntou-se, antes de adormecer de novo, quantas vezes o teria beijado aquela rapariga que dizia amá-lo.
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