PAS767. Atrás de outra mulher
O gesto felino dos dois homens foi acompanhado por um grito angustioso de Ingrid. Esta gemeu ao pressentir que Larsen ia morrer, ao adivinhar muitas coisas que ele quisera manter secretas, abafadas, mortas...
Impulsivamente, correu para o xerife, enquanto repetia:
— Não! Não...
Dois disparos simultâneos perfuraram o ar. Todos os presentes soltaram um grito de espanto ao ver o gesto de Larsen, que se atirava de lado ao chão e empregava a mão do flanco ferido para tirar o revólver e fazer fogo com ele. A dor foi terrível, mas sabia que só era necessário empunhar o revólver. Apontar, não. Estava diante de Rocket e àquela distância não podia falhar.
Num duelo daquele género só há tempo de disparar uma bala, e Rocket falhou a sua. O seu inimigo fizera justamente o movimento contrário àquele que imaginava. Quando quis retificar, já era tarde, porque uma bala se lhe alojara no coração. Caiu de bruços e expeliu uma grande golfada de sangue pela boca. Antes de morrer, murmurou:
— Nunca julguei que tivesse de morrer... numa aldeola... tão miserável... Maldito seja o infer...
Não pôde dizer mais nada. De repente, tudo se tornou vermelho e, mais tarde, negro. Uns segundos depois, até esse negro deixava de existir...
Larsen aproximou-se dele e tirou calmamente, de uma das algibeiras do xerife, um recorte de jornal de dois anos atrás. Sabia que Rocket o trazia sempre. Devagar, como se com isso desse cumprimento à. sua última vontade, estendeu o recorte à espantada Ingrid.
— Está aqui um desenho da rapariga que quis salvar... — disse, lentamente. — A rapariga atrás da qual fui. O irmão deste homem violentou-a e levou-a consigo. Mais tarde assassinou-a. Segui a sua pista durante quase um ano, até que acabei com ele e a vinguei. Se olhares esse desenho, encontrarás tu própria a explicação. Essa rapariga era muito parecida contigo. Quando soube o que lhe acontecera, senti o mesmo que sentiria se fosses tu a vítima e não me consegui conter... Durante a minha perseguição escrevi-te duas cartas, tentando explicar-te o que se passava, mas devolveste-mas sem as abrires. Julgaste que fora atrás de outra mulher, quando precisamente com isso te provava que...
Não quis continuar. Para quê? Para que abrir mais aquela ferida que sangrava de novo? Mas foi ela quem terminou a frase.
A sua voz pareceu tremer no ar quando disse:
— ...que o teu amor por mim era superior a todas as coisas. E fui eu... eu...
Agora era Ingrid quem não se atrevia a terminar, quem não podia. Mas Larsen também não lhe deu oportunidade, porque recuou, saltou para o cavalo e fê-lo tomar a direção da casa de Ingrid. Sabendo que ia para a cavalariça, o animal lançou-se num galope desenfreado.
Ingrid suplicou:
— Depressa, dêem-me um cavalo! Dêem-me um cavalo, por Deus!
Um dos presentes ofereceu-lhe o seu, quando já Larsen, no seu frenético galope, estava prestes a chegar à casa.
Impulsivamente, correu para o xerife, enquanto repetia:
— Não! Não...
Dois disparos simultâneos perfuraram o ar. Todos os presentes soltaram um grito de espanto ao ver o gesto de Larsen, que se atirava de lado ao chão e empregava a mão do flanco ferido para tirar o revólver e fazer fogo com ele. A dor foi terrível, mas sabia que só era necessário empunhar o revólver. Apontar, não. Estava diante de Rocket e àquela distância não podia falhar.
Num duelo daquele género só há tempo de disparar uma bala, e Rocket falhou a sua. O seu inimigo fizera justamente o movimento contrário àquele que imaginava. Quando quis retificar, já era tarde, porque uma bala se lhe alojara no coração. Caiu de bruços e expeliu uma grande golfada de sangue pela boca. Antes de morrer, murmurou:
— Nunca julguei que tivesse de morrer... numa aldeola... tão miserável... Maldito seja o infer...
Não pôde dizer mais nada. De repente, tudo se tornou vermelho e, mais tarde, negro. Uns segundos depois, até esse negro deixava de existir...
Larsen aproximou-se dele e tirou calmamente, de uma das algibeiras do xerife, um recorte de jornal de dois anos atrás. Sabia que Rocket o trazia sempre. Devagar, como se com isso desse cumprimento à. sua última vontade, estendeu o recorte à espantada Ingrid.
— Está aqui um desenho da rapariga que quis salvar... — disse, lentamente. — A rapariga atrás da qual fui. O irmão deste homem violentou-a e levou-a consigo. Mais tarde assassinou-a. Segui a sua pista durante quase um ano, até que acabei com ele e a vinguei. Se olhares esse desenho, encontrarás tu própria a explicação. Essa rapariga era muito parecida contigo. Quando soube o que lhe acontecera, senti o mesmo que sentiria se fosses tu a vítima e não me consegui conter... Durante a minha perseguição escrevi-te duas cartas, tentando explicar-te o que se passava, mas devolveste-mas sem as abrires. Julgaste que fora atrás de outra mulher, quando precisamente com isso te provava que...
Não quis continuar. Para quê? Para que abrir mais aquela ferida que sangrava de novo? Mas foi ela quem terminou a frase.
A sua voz pareceu tremer no ar quando disse:
— ...que o teu amor por mim era superior a todas as coisas. E fui eu... eu...
Agora era Ingrid quem não se atrevia a terminar, quem não podia. Mas Larsen também não lhe deu oportunidade, porque recuou, saltou para o cavalo e fê-lo tomar a direção da casa de Ingrid. Sabendo que ia para a cavalariça, o animal lançou-se num galope desenfreado.
Ingrid suplicou:
— Depressa, dêem-me um cavalo! Dêem-me um cavalo, por Deus!
Um dos presentes ofereceu-lhe o seu, quando já Larsen, no seu frenético galope, estava prestes a chegar à casa.
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