PAS367. Morreu uma mulher
— Quem o matou? Sabe-se? — perguntou, num sussurro. — Um tipo novo na cidade. Mas não sei como se chama. A seguir a uma disputa rija, atirou-lhe de frente. Vi muito bem. Este, coitado, foi rápido, mas o outro parecia um demónio!... «Parecia um demónio!» — pensou Gizel. Depois de passarem umas cordas por baixo das três tábuas desceram o cadáver à vala, e Gizel, com as mãos cruzadas sobre o peito, viu-o desaparecer. Os seus olhos, nublados por um halo de tristeza, pareciam tão opacos, como o Céu cor de chumbo. A terra começou a cair na vala, sobre o cadáver. «Todos os que se atravessam no meu Destino — pensou Gizel, amargamente — acabam assim. Desde o pobre tio Glenn até este homem, passando pela pobre Lisbeth. Um dia acontecer-me-á o mesmo. Algum pistoleiro desfechará o revólver sobre o meu peito, e, nesse momento, todos dirão: Morreu uma mulher. Não dirão «uma senhora» nem a dona do «Gizel Saloon». Mas simplesmente uma mulher». Depois da inumação, todos se afastaram. Só ela ficou ali.