PAS750. Confissão
Eu, Oliver Charington, de cinquenta e quatro anos de idade, em perfeito uso das minhas facul-dades mentais, declaro o seguinte:
Ao ter conhecimento do projectado enlace de minha filha com um dos meus vaqueiros, de nome Percy Tilling, decidi-me a impedir que ele se rea-lizasse. Não queria que ninguém me disputasse o carinho de minha filha. Depois de averiguar que iriam viver longe de mim, logo que se casassem, tomei uma resolução.
Em São Luis, um dos meus compradores falou-me de Frank Carter, prevenindo-me contra ele, por se dedicar à venda de gado inexistente...
Pus-me em contacto com Frank Carter. Então, incumbi-o de assustar Tilling por meio de amea-ças escritas e atentados, na esperança de o fazer sair de Cairo. Por uns meses, o pistoleiro, por mim contratado, viveu escondido num dos barra-cões de Ohio. Ante a inutilidade dos nossos esfor-ços, resolvi mandar eliminar Percy. Como? Eu não encontrava solução. Sucedeu, porém, que Dormont Hobart veio pedir-me a mão de minha filha. Este facto fez-me conceber um plano do qual resultaria a morte dos dois rivais. Frank Carter apoderou-se de um revólver de Hobart, deixando-o cair no maisal, para que Tilling o descobrisse. Tudo sucedeu conforme eu previra. O noivo de Dorothy era um jovem impetuoso. Logo acusou Dormont de tentar assassiná-lo, e, como desforra, ameaçava-o de morte. Carter com-pletou o resto. Deitou um narcótico índio na garrafa de uísque. O meu cúmplice não teve dificuldade em sair do «saloon», na companhia de Tilling. Logo que este caiu sem conhecimento, Carter tomou-o nos braços e conduziu-o às ime-diações da casa de Dormont Hobart. Vigiou então a sua futura vitima, que trabalhava no escritório. A janela estava aberta. Carter, logo disparou com um dos revólveres de Tilling. Depois pegou no jovem desmaiado e levou-o para o escritório de Darmont, já assassinado. Frank, que era hábil no crime, colocou na mão de Tilling o revólver e de tudo se ocupou sem complicações. Os crimes foram perpetrados com rapidez...
Ao ter conhecimento do projectado enlace de minha filha com um dos meus vaqueiros, de nome Percy Tilling, decidi-me a impedir que ele se rea-lizasse. Não queria que ninguém me disputasse o carinho de minha filha. Depois de averiguar que iriam viver longe de mim, logo que se casassem, tomei uma resolução.
Em São Luis, um dos meus compradores falou-me de Frank Carter, prevenindo-me contra ele, por se dedicar à venda de gado inexistente...
Pus-me em contacto com Frank Carter. Então, incumbi-o de assustar Tilling por meio de amea-ças escritas e atentados, na esperança de o fazer sair de Cairo. Por uns meses, o pistoleiro, por mim contratado, viveu escondido num dos barra-cões de Ohio. Ante a inutilidade dos nossos esfor-ços, resolvi mandar eliminar Percy. Como? Eu não encontrava solução. Sucedeu, porém, que Dormont Hobart veio pedir-me a mão de minha filha. Este facto fez-me conceber um plano do qual resultaria a morte dos dois rivais. Frank Carter apoderou-se de um revólver de Hobart, deixando-o cair no maisal, para que Tilling o descobrisse. Tudo sucedeu conforme eu previra. O noivo de Dorothy era um jovem impetuoso. Logo acusou Dormont de tentar assassiná-lo, e, como desforra, ameaçava-o de morte. Carter com-pletou o resto. Deitou um narcótico índio na garrafa de uísque. O meu cúmplice não teve dificuldade em sair do «saloon», na companhia de Tilling. Logo que este caiu sem conhecimento, Carter tomou-o nos braços e conduziu-o às ime-diações da casa de Dormont Hobart. Vigiou então a sua futura vitima, que trabalhava no escritório. A janela estava aberta. Carter, logo disparou com um dos revólveres de Tilling. Depois pegou no jovem desmaiado e levou-o para o escritório de Darmont, já assassinado. Frank, que era hábil no crime, colocou na mão de Tilling o revólver e de tudo se ocupou sem complicações. Os crimes foram perpetrados com rapidez...
— Pai! — exclamou Dorothy, num soluço, que era um grito de angústia — Para que fizeste isso ? Para quê ? Oliver Charington não respondeu à filha. Limitou-se a dizer ao capataz: — Continua, Ted. Falta pouco. A Providência casti-gou-me com o que eu temia. Dorothy abandonou-me para ir contigo libertar Percy. As minhas cãs e a morte que se aproxima são frutos dos meus torturantes remorsos. Frost proseguiu a leitura:
Logo que eu soube da fuga de Tilling e que a minha filha o acompanhava, só tive uma ideia: era necessário que alguém matasse Percy, a fim de Dorothy regressar a casa. Chamei Frank Car-ter e mandei-o perseguir o fugitivo. O meu pro-cedimento foi indigno. Por este, motivo, faço a presente declaração. Nada justifica os crimes cometidos contra Dormont Hobart e Percy Tilling, de que eu, de cumplicidade com Frank Carter, sou completamente responsável. Que Deus e a minha filha me possam perdoar.
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